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Portugal, com a sua vasta zona costeira e extensa tradição marítima, tem vindo a explorar o conceito de “economia azul”, uma abordagem que visa promover o crescimento econômico sustentável através do uso responsável dos recursos marinhos.

Este conceito ganha relevância num momento em que o mundo enfrenta pressões ambientais crescentes e a necessidade de encontrar alternativas sustentáveis de desenvolvimento.

Em Portugal, o setor marítimo tem um potencial imenso para criar empregos, gerar inovação e contribuir para a recuperação econômica, enquanto preserva os ecossistemas oceânicos.

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O que é a Economia Azul?

A economia azul é uma estratégia que procura conciliar o crescimento econômico com a preservação dos recursos marítimos e costeiros.

Envolve a utilização sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos, garantindo que atividades como a pesca, a aquacultura, a exploração de energias renováveis e o turismo costeiro não comprometem o equilíbrio dos ecossistemas marinhos.

Em essência, é uma extensão da ideia de economia verde, adaptada ao ambiente marinho.

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Portugal, com a sua posição estratégica no Atlântico e uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) da Europa, tem todas as condições para liderar esta transformação.

O país possui uma tradição forte no setor marítimo, desde a pesca até à navegação, e agora enfrenta novas oportunidades de crescimento com o surgimento de tecnologias sustentáveis.

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Oportunidades no Setor da Energia Renovável

Uma das áreas mais promissoras dentro da economia azul é o setor das energias renováveis.

A energia eólica offshore, por exemplo, tem ganho destaque como uma solução viável para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Portugal já conta com projetos inovadores, como o parque eólico flutuante WindFloat Atlantic, que utiliza turbinas flutuantes instaladas em alto mar, longe da costa, para gerar eletricidade de forma eficiente e sustentável.

Além disso, há um enorme potencial para a exploração da energia das ondas e das marés, ainda em fase inicial, mas que representa uma oportunidade significativa para Portugal se destacar como um líder mundial neste campo.

O aproveitamento da energia oceânica tem o potencial de criar empregos altamente qualificados, atrair investimento estrangeiro e reduzir a pegada de carbono do país, ao mesmo tempo que garante a proteção dos ecossistemas marinhos.

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A Aquacultura Sustentável

A pesca é uma atividade de longa data em Portugal, mas a sobrepesca e a degradação dos ecossistemas colocam desafios sérios à sustentabilidade desta prática.

A aquacultura sustentável, ou seja, a criação de espécies marinhas em ambiente controlado, surge como uma solução para atender à crescente procura global por alimentos marinhos, sem colocar em risco as populações selvagens.

Portugal tem investido em aquacultura, com especial destaque para a produção de espécies como o robalo, a dourada e o mexilhão.

A implementação de práticas de aquacultura sustentável, que respeitam os ciclos naturais das espécies e minimizam o impacto ambiental, pode ser um motor de crescimento no setor marítimo.

Esta atividade não só responde às necessidades de consumo, como também cria oportunidades de emprego em áreas rurais e costeiras.

Turismo Costeiro Sustentável

Outro setor em crescimento no âmbito da economia azul é o turismo costeiro sustentável. Portugal, com as suas paisagens marítimas deslumbrantes, atrai milhões de turistas todos os anos.

O turismo marítimo e costeiro, que inclui atividades como o mergulho, a observação de cetáceos e os cruzeiros, pode ser uma fonte significativa de rendimento para o país, desde que seja gerido de forma sustentável.

É essencial que o crescimento do turismo costeiro seja acompanhado por políticas que protejam os habitats marinhos e as comunidades costeiras.

A criação de zonas protegidas e a promoção de práticas de turismo responsáveis são fundamentais para garantir que o setor continue a crescer sem prejudicar os ecossistemas.

A economia azul promove precisamente essa visão de desenvolvimento sustentável, onde o turismo pode coexistir com a preservação ambiental.

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A Investigação e a Inovação no Setor Marítimo

A inovação e a investigação científica são pilares fundamentais para o sucesso da economia azul em Portugal.

A criação de tecnologias que permitam uma exploração mais eficiente e sustentável dos recursos marinhos é crucial para o desenvolvimento do setor.

Portugal tem investido na investigação oceanográfica, com instituições como o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) a desempenharem um papel de destaque na investigação sobre os ecossistemas marinhos e o impacto das atividades humanas.

A colaboração entre empresas, universidades e o governo é vital para fomentar a inovação no setor marítimo.

O desenvolvimento de novas tecnologias, como sensores subaquáticos, sistemas de monitorização de ecossistemas e plataformas digitais para a gestão de recursos, poderá colocar Portugal na vanguarda da economia azul.

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O Papel da Educação e da Formação

Para que o setor marítimo se desenvolva de forma sustentável, é necessário investir na formação de uma nova geração de profissionais especializados.

A criação de programas de educação focados nas competências necessárias para trabalhar no setor marítimo, desde a biotecnologia marinha até à gestão de recursos pesqueiros, será essencial para garantir o sucesso da economia azul em Portugal.

A colaboração entre escolas técnicas, universidades e empresas do setor pode proporcionar a formação necessária para que os trabalhadores possam adaptar-se às novas exigências tecnológicas e ambientais. Isto permitirá que Portugal tenha uma força de trabalho altamente qualificada e preparada para enfrentar os desafios do futuro no setor marítimo.

Desafios e Perspetivas Futuras

Apesar das enormes oportunidades que a economia azul oferece a Portugal, existem também desafios significativos a enfrentar.

A poluição marinha, nomeadamente a poluição plástica, continua a ser uma ameaça para os oceanos e para a biodiversidade marinha.

Além disso, as mudanças climáticas, que provocam o aumento das temperaturas da água e a acidificação dos oceanos, podem ter impactos graves nos ecossistemas marinhos e nas atividades económicas dependentes do mar.

Portugal precisa de continuar a apostar em políticas públicas que incentivem a sustentabilidade e a proteção dos mares, ao mesmo tempo que promove o crescimento económico.

A adoção de uma abordagem equilibrada entre a exploração dos recursos e a conservação ambiental será a chave para o sucesso da economia azul.

Conclusão

A economia azul representa uma oportunidade única para Portugal consolidar a sua posição como líder no setor marítimo, ao mesmo tempo que promove o crescimento sustentável e a preservação dos recursos naturais.

A aposta em energias renováveis, aquacultura sustentável, turismo costeiro responsável e inovação tecnológica permitirá ao país criar empregos, atrair investimento e contribuir para um futuro mais sustentável.

No entanto, será essencial enfrentar os desafios ambientais e garantir que o crescimento económico não comprometa os ecossistemas marinhos dos quais tanto dependemos.

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